Veadinho
Ipomoea hederifolia
Reserva
Mãe-da-Lua

Ação da PM de Itapajé contra a caça
nas redondezas da Reserva Mãe-da-Lua

24/05/2014, por Hermann Redies
Avoantes fazem migrações periódicas no nordeste do Brasil e visitam anualmente o interior do Ceará, inclusive o município de Itapajé. Nas últimas semanas, milhares de avoantes apareceram em toda a região e também na Reserva Mãe-da-Lua e suas redondezas no distrito Serrote-do-meio.
Pomba-de-bando (Zenaida auriculata)
25/12/2005; Fazenda Canaã, Pentecoste, Ceará, Brasil. Lente 200 mm f2.8.

Figura 1.

Avoantes no interior do Ceará.

As avoantes são muito perseguidas por caçadores. Desde a chegada das aves no início de maio, estou ouvindo diariamente entre 5 e 20 tiros de espingarda perto da reserva, em áreas onde há avoantes e também outras aves como juritis e talvez jacus.

Para prevenir à continuação destas caçadas ilegais, a Associação Mãe-da-Lua registrou um B.O. e entregou um ofício ao Tenente-Coronel Ricardo Moura, comandante do 11º Batalhão em Itapipoca, e ao Capitão Marinho, comandante da PM de Itapajé, solicitando "..uma ação policial para parar o uso ilegal de armas de fogo e a caça ilegal nas redondezas da nossa Unidade de Conservação..".

A Polícia Militar respondeu à solicitação. Quarta-feira (20 de maio), os policiais flagraram uma pessoa com espingarda em Serrote-do-Meio e apreenderam a espingarda. No dia seguinte, uma equipe da PM visitou várias casas vizinhas à Reserva. O Cap. Marinho conversou com os moradores e explicou que armas de fogo não registradas, inclusive espingardas do tipo "socadeira", são proibidas e que matar avoantes é crime ambiental. Ele pediu ao pessoal de ajudar na proteção das aves silvestres, desistindo da caça. O Capitão da PM avisou também que, futuramente, terá mais fiscalizações nas redondezas da Reserva Mãe-da-Lua.

Equipe da PM na frente da casa do Potinho
21/05/2015, Fazenda Salitre no distrito Serrote-do-Meio, Itapajé.

Figura 2.

Visita amigável na comunidade local. Na frente, o Cap. Marinho. Em seguida, nosso vizinho Antônio Potinho, Sgt. Cordeiro e Sd. Michele. Nas ações contra a caça participaram também o Sgt. Magno, Sd. Wellington, Sd. David e Sd. Jonas.
Eu continuo monitorando a situação. Estou contando os tiros que eu posso ouvir no meu escritório na sede na RPPN:

Sexta feira, dia 22/05: a tarde, 3 tiros perto da reserva;
Sábado, dia 23/05: alguns tiros distantes;
Domingo, dia 24/05: Um tiro perto e vários tiros distantes.

Parece que depois da ação da PM nos dias 20 e 21, os tiros diminuiram, mas não pararam totalmente.

A Associação Mãe-da-Lua agradece aos comandantes e à equipe da Polícia Militar (11º Batalhão, Cia de Itapajé) pelo apoio generoso e bem organizado.

Para legislação sobre caça e armas de fogo, veja aqui.

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