Veadinho
Ipomoea hederifolia
Reserva
Mãe-da-Lua

Visita do ICMBio
na Reserva Mãe-da-Lua

17/05/2014 — por Hermann Redies
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) criou a RPPN Mãe-da-Lua (Itapajé-CE) em Julho de 2009, responsabilizando-se por fiscalizar a reserva e apoiar o proprietário no combate aos crimes ambientais.

Nos dias 13 e 14 de maio de 2014, uma equipe do ICMBio visitou a Reserva Mãe-da-Lua e conduziu uma ação de prevenção à caça. Aqui, as "caças" principais são pebas, tatus, veados e aves como jacus e juritis. Além disso, recentemente, houve rumores de que um porco-do-mato (caititu) teria sido abatido nas redondezas da RPPN.

Fomos para as localidades Ribeiro, Vertentes, Retiro e Salitre, todas perto da RPPN Mãe-da-Lua. Visitamos 9 residências de caçadores e mais casas na vizinhança e conversamos com o pessoal. Os fiscais pediram a cooperação da comunidade na preservação da natureza e informaram sobre a legislação ambiental.

O fiscal Damião falando com moradores nas Vertentes
13/05/2014, Localidade de Ribeiro (município de Tejuçuoca).

Figura 1.

Um dos fiscais do ICMBio, Sr. Francisco Damião de Araujo, conversando com um morador no Ribeiro.

Os fiscais explicaram ainda o que acontece se um caçador é flagrado: Se este andar com espingarda, irá ser processado por porte ilegal de arma de fogo. Para cada animal caçado, a multa é de R$ 500 (quinhentos reais), e para animais em extinção, a multa sobe para R$ 5.000 (cinco mil reais). Dentro da RPPN, é o dobro. Por exemplo, a multa para um jacu-verdadeiro (espécie em extinção) caçado na RPPN é de 2*5000= R$ 10.000 (dez mil reais). Se o infrator não pagar, a multa vira dívida ativa na união e não para de crescer, em decorrência dos juros. Esta dívida ativa na união pode causar grandes problemas na vida futura, por exemplo, quando o infrator quiser aposentar-se.

A ação foi produtiva. Falamos até com um homem que, segundo informações da comunidade, teria participado na caça ao porco-do-mato. O rapaz negou saber do porco, más terá talvez receio de caçar de novo. Em geral, a comunidade está ficando cada vez mais consciente de que a natureza precisa ser protegida e que matar animais silvestres é errado.

Os fiscais Damião e Gomes
14/05/2014, Serrote-do-Meio, na sede da Associação Mãe-da-Lua.

Figura 2.

Os fiscais do ICMBio, Sr. Francisco Damião de Araujo (centro) e Sr. Antônio Gomes Moreira (direita), e Hermann Redies da RPPN Mãe-da-Lua, depois de uma caminhada de 5 horas na RPPN. Nas trilhas percorridas, não achamos indícios de caça recente.
Nos últimos anos, a Associação Mãe-da-Lua vem fazendo um grande esforço para prevenir à caça. Há a ajuda da Polícia ambiental, o apoio dos numerosos vizinhos que também proíbem a caça nos seus terrenos, a parceria com a Fundação Grupo Boticário, e agora a excelente ação do ICMBio. Os fiscais concordaram comigo que por enquanto, a caça dentro da RPPN está mais ou menos contida. Atualmente, parece que o problema principal é nas áreas não protegidas ao redor da reserva. Aqui, o projeto da UC estadual será, talvez, parte da solução.

A Associação Mãe-da-Lua queria agradecer pelo bom trabalho dos fiscais Francisco Damião e Antônio Gomes e pelo apoio da CGPRO e da CR5, que foi dado a pesar da grande escassez de recursos para fiscalização. Acreditamos que a operação foi eficaz na prevenção à caça na Serra das Vertentes.

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