Figura 2. O tubo floral é comprido (até 10cm) e muito fino. Abelhas ou outros polinizadores comuns não conseguem alcançar o nectar no fundo do tubo floral. Que eu saiba, ainda não há observações diretas da polinização de T. cyrtanthum. Acredita-se, porém, que o polinizador seja talvez uma mariposa da família Sphingidae, já que nesta família, há espécies com probóscide o suficientemente comprido (Frazão et al. 2020).

Nos tempos de Darwin, houve um caso análogo no Madagascar, a saber, a orquídea Angraecum sesquipedale cujo nectar encontra-se no fundo de uma estrutura estreita (=espora) de 30cm de comprimento, sendo accessível sómente por um inseto com probóscide muito longo (Wallace 1867). O inseto polinizador foi finalmente descoberto, 21 anos depois da morte de Darwin: a mariposa Xanthopan morganii praedicta, com um probóscide de 30cm ou mais (wikipedia, Arditti et al. 2012).

Naquela época, a polinização de Angraecum sesquipedale foi muito discutido entre apoiadores e oponentes da teoria da evolução. No centro do debate era a pergunta se este e outros "milagros" da natureza são a obra de Deus, ou se eles podem ser explicados pelos leis da natureza, como a teoria da evolução estipula (Wallace 1867).

O debate continua até hoje. A teoria da evolução é geralmente aceita no mundo científico, porém, nos círculos religiosos, ainda há quem resiste.

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Figura 3. Na planta florada notam-se muitas corolas soltas, caídas ou suspendidos pelo pistilo. Eu vi isso em vários indivíduos, mas não sei se as corolas caem espontaneamente ou se algum animal as arranca.

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Figura 4. A inflorescência de Tanaecium cyrtanthum é um tirso (Frazão & Lohmann 2019, table 1).

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Figura 6. Face abaxial de um folíolo.

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