Veadinho
Ipomoea hederifolia
Reserva
Mãe-da-Lua

Ação do IBAMA
contra traficantes de aves silvestres

01/03/2013 — por Hermann Redies

No dia 1 de março de 2013, por pura coincidência, encontrei agentes do IBAMA no centro de Itapajé. Vi gaiolas com passarinhos em seu carro, e perguntei se seria possível fazer uma operação contra o tráfico de aves silvestres nas redondezas da nossa reserva, a RPPN Mãe-da-Lua. Cinco minutos depois, já estávamos andando rumo ao Povoado Salitre, onde mora um dos traficantes.

O alpendre da casa do traficante no Salitre estava cheio de gaiolas. Havia 10 ou 12 passarinhos vivos e alguns mortos dentro das gaiolas. Os fiscais destruíram as gaiolas e apreenderam os pássaros. Foi aberto um processo por infração ambiental, e determinada uma multa alta. Eu soube pelos vizinhos que esses traficantes capturam e vendem pássaros silvestres há muitos anos, e já causaram um estrago muito grande na avifauna local. Por exemplo, o tráfico causou a extinção local do pintasilva (Carduelis yarellii), e é bem possível que aqueles homens foram parte desta triste história. Acredito que muitos moradores irão concordar com a operação do IBAMA.

Em seguida, visitamos a casa de outro traficante em uma localidade vizinha (Serrote-do-meio). No pátio, havia muitas gaiolas e numerosos passarinhos de várias espécies: papa-arroz, asa-de-telha, azulão, galo-de-campina, bicudo, golinha, abre-e-fecha, periquito-da-caatinga, entre outros. Acredito que tinha mais que 50 aves no local. Todas foram apreendidas, as gaiolas foram destruídas, e os fiscais abriram um processo contra os donos. A multa foi altíssima.

Depois, fomos para a sede da nossa RPPN. Os agentes do IBAMA conferiram a documentação da reserva e aceitaram minha proposta de soltar as aves lá. Fizemos isso, tomamos café, e com isso a ação terminou.

O dia seguinte, sábado, é tradicional dia da feira dos pássaros (onde os traficantes vendem aves silvestres ao público) em Itapajé. Fui até lá, e esta vez não houve nenhum vendedor de passarinho. Nenhuma gaiola. Nada. Hum. Acho que o IBAMA merece um elogio.

Na mesma manhã fui ao pelotão da Polícia Militar em Itapajé. Uma parte da vizinhança da reserva é conhecida por atos de violência e desrespeito à lei, e não seria impossível que a ação do IBAMA resulte em agressões contra mim, já que eu indiquei as casas dos traficantes (fato conhecido por todos). O comandante do pelotão enviou no mesmo dia uma viatura para monitorar a situação perto da reserva e falar com as pessoas envolvidas.

Muito obrigado aos fiscais do IBAMA e aos policiais de Itapajé.

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Do dia dois até o dia seis de março, a Associação Mãe-da-Lua divulgou informação sobre o ocorrido com um anúncio na Rádio Atitude de Itapajé. Aqui está a chamada (voz: Clara Brito).

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