Veadinho
Ipomoea hederifolia
Reserva
Mãe-da-Lua

Queimadas próximas à Reserva Mãe-da-Lua.
Parte I.

10/08/2016 — por Hermann Redies

No nordeste brasileiro, muitos agricultores ainda fazem queimadas para limpar as terras antes do plantio. Cada ano, esta prática causa grandes danos ambientais, como, por exemplo, incêndios florestais nos arredores do local onde foi realizada a queimada.

Brocas nos arredores da Reserva Mãe-da-Lua
Desenhado com GPS Trackmaker, usando uma foto de satélite do Google Earth.

Figura 1.

A situação da Reserva Mãe-da-Lua em Agosto 2016: A imagem mostra uma parte da Reserva (contorno azul) e 4 brocas/queimadas, representadas por símbolos vermelhos ("ZB", "WB", "AN1", "AN2"), no terreno da família Bento, em áreas sem proprietário legítimo.
Parece que este ano (2016) vai ter mais queimadas do que nos anos passados, pois muita gente prepara plantios, na expectativa que o próximo inverno será bom. Por enquanto, há quatro brocas nas imediações da RPPN Mãe-da-Lua: duas diretamente ao lado da Reserva, e outras duas um pouco mais distantes. Por conta da direção do vento (veja Figura 1), há um risco sério de que estas queimadas causem fogos florestais na Reserva.
Broca ZB no terreno da Fam ília Bento
09/08/2016. Distrito Serrote-do-Meio, Itapajé.

Figura 2.

Esta área corresponde ao símbolo ZB da figura 1. Um corredor de sómente 5-7m de largura separa a futura queimada da nossa reserva. O vento poderia facilmente levar faíscas da queima para o nosso lado e causar um incêndio florestal.
O terreno dos Bentos, onde as quatro brocas estão situadas, é uma herança antiga que nunca foi repartida. Hoje, existem 80 casas lá, quase todas da família Bento. Contudo, o terreno não tem mais proprietário(s) legítimo(s) nem documentação. Vale ressaltar que muitos moradores não gostam da nossa RPPN.

Preocupado com a situação, entrei agora em contato com o IBAMA. A sugestão da Associação Mãe-da-Lua é interditar queimadas que são situadas perto da Reserva, se não houver proprietário(s) legítimo(s) da área.

Ao longo prazo, a adoção de técnicas de agricultura sustentável (sem queimadas!), combinado com regularização fundiária no terreno dos Bentos, seria a melhor opção para todos.

Esta não é a primeira vez que temos este tipo de problema. Em 2013, por exemplo, houve uma vistoria do PREVFOGO do IBAMA no terreno dos Bentos, também por conta de queimadas. Uma semana depois da vistoria, houve um incêndio criminoso na RPPN. Coincidência? Vamos ver o que vai acontecer este ano...

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