Bico-chato-amarelo
Tolmomyias flaviventris
Fam.: Tyrannidae
13/07/2008. Reserva Mãe-da-Lua, Itapajé-CE.
Figura 1.
O bico-chato-amarelo é abundante em Caatinga arbórea,
Cerrado, e outros hábitats, incluindo jardins. Contudo, não
é bem conhecido dos moradores rurais e eu não sei de qualquer
nome vernacular de uso comum.
Nenhuma das pessoas que as vezes trabalham na RPPN Mãe-da-Lua soube identificar
as vocalizações altas e frequentes de Tolmomyias flaviventris.
Esta falta de atenção significa, no fundo, também algo de positivo:
pássaros que não são comestíveis, que não servem para
a gaiola, e que nem sequer são notados, têm melhores
chances de sobrevivência.
Subespécie local: Tolmomyias f. flaviventris, distribuída no Brasil oriental.
15/05/2010. Reserva Mãe-da-Lua, Itapajé-CE.
Figura 2.
Este Tolmomyias flaviventris leva comida para sua prole.
Mas ele parece estar com medo de mim ou da minha câmera,
e não entra directamente no ninho (mostrado na fig. 3). Em vez disso,
ele pousa no galho de uma árvore nas proximidades, para verificar
a situação. Uma boa oportunidade para uma foto.
15/05/2010. Reserva Mãe-da-Lua, Itapajé-CE.
Figura 3.
Este ninho de Tolmomyias flaviventris estava pendurado no galho de um
jucazeiro (Caesalpinia ferrea) na frente da minha casa na
RPPN Mãe-da-Lua, cerca de 2 metros do meu alpêndre.
Olhei todos os dias, enquanto o ninho estava sendo construído, e mais tarde
tirei fotos dos pais trazendo comida para a prole. O ninho tem uma abertura
em forma de túnel na parte inferior. Os pássaros abordam o ninho
de baixo (foto), e voam diretamente e muito rápido na entrada.
Dentro de uma fração de segundo, elas desaparecem no ninho.
Saem dele deixando-se cair para fora da abertura.
O ninho acabou por ser bastante durável. Um ano depois, ele ainda estava lá, e vi um par de bicos-chatos-amarelos (os mesmos indivíduos?) investigando-o. Eles não o reutilizaram, mas talvez reciclaram alguns dos materiais de construção. De qualquer maneira, o jucazeiro inteiro caiu logo depois, e isto foi o fim da história.