Cachorros: um perigo
para os animais silvestres
Este ano, já achei os restos de um jovem caititu (Pecari tajacu) na trilha que foi, aparentemente, vítima de cachorros. Também, em setembro, vi de perto dois cachorros perseguindo um pequeno grupo de caititus. Parece que algums animais silvestres abandonam a Reserva agora por medo dos cães. Na planície da Reserva, não notei mais nem veados nem gatos-do-mato (Leopardus emiliae, Herpailurus yagouaroundi). Os caçadores agradecem, já que é mais facil pegar os bichos fora da Reserva.
Eu queria dizer aos nossos amigos que trabalham para proteger cães e gatos: Parabens pela sua luta. Mas, por favor, não esqueçam que os animais nativas da Caatinga também querem viver. E, por favor, entendam que em uma reserva ambiental, a fauna e flora nativa têm prioridade.
Cães não são a única praga nas reservas. Na Mãe-da-Lua, temos também grandes problemas com cabras e porcos que destroem a vegetação. Em outras reservas, gatos acabam com os aves silvestres e jumentos se alimentam da flora protegida por lei.
Proposta para as reservas federais, inclusive RPPNs: O ICMBio deve criar equipes especializadas em retirar animais domésticos nas UCs. Estas equipes deveriam ser devidamente equipadas (gaiolas grandes, transporte apropriado, armadilhas, etc.). Precisa-se também de locais para temporariamente guardar os animais apreendidos. ICMBio? Olá!
As polícias rodoviárias têm caminhões etc. para apreender animais vagantes nas estradas. O propósito é de evitar acidentes de trafego. Talvez, seria até possível fazer inicialmente uma parceria com a PRF, já que as facilidades necessárias (transporte, depósito etc.) são quase as mesmas.